Embora tenha nascido em 1907 - no México - Frida gostava de dizer havia nascido em 1910 e que era filha da revolução. Sua vida sempre foi marcada por muitas dificuldades, tanto sentimentais quanto de saúde. Essas características são imprescindíveis para se entender suas obras.
A primeira infelicidade na vida da artista - pois ainda sofreria vária lesões, operações, acidentes e doenças - acontece em 1913, aos seis anos de idade, quando contrai a poliomielite. A doença deixaria marcas em seu pé direito e faria com que, mais tarde, Frida passasse a usar longas saias para escondê-las. Esse hábito se tornaria em uma de suas marcas.
Frida, ao contrário do que se pensa, não tinha o costume de desenhar/pintar desde pequena. Seu pai, Guillermo Kahlo (1871-1941), embora possuísse o hábito de pintar como um passatempo, não parece ter despertado na filha o mesmo costume. O interesse parece surgir por volta de 1922 e 1925, quando assiste aulas de desenho e modelagem na Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México.
A segunda tragédia na vida da artista aconteceria no ano de 1925 - mesmo ano em que aprendia técnicas de gravura com Fernando Fernandez - em razão de um terrível acidente. Neste, o bonde em que viajava chocou-se com um trem, e o pára-choques de um dos veículos perfurou seu corpo, atingindo suas regiões genitais. Após o episódio Frida enfrentaria um longo período acamada para recuperar-se, embora nunca tenha conseguido fazê-lo por completo. É nessa época que surge o quadro "A Coluna Partida". Nesta obra Frida retrata-se com colete ortopédico que usava em sua recuperação.
No ano de 1928 - ao entrar para o partido comunista mexicano - a artista conhece a pessoa que mudaria sua vida, que influenciaria sua arte e que também seria a grande responsável por muitas de suas infelicidades: Diego Rivera. O relacionamento entre os dois anda depressa, fazendo com que apenas um ano depois, resolvam se casar. A personalidade forte e os casos extraconjugais de ambos, no entanto, acabam trazendo tumultos ao relacionamento, o que resulta em uma separação. Durante este período, Frida recebe Leon Trotski em sua casa e com ele vive um pequeno caso. Seu grande amor porém, era mesmo Diego, com quem se une novamente em 1940. Diego não se importava com as relações que Frida mantinha com outras mulheres - ela era bissexual - mas não aceitava porém, que ela se envolvesse com outros homens. Umas das grandes decepções na vida da artista acontece quando ela - durante um flagra - descobre que seu marido mantinha um relacionamento de longos tempos com sua própria irmã. Com o choque, Frida - que ainda amava muito Diego e não tinha coragem para fazê-lo qualquer mal - decide cortar seu comprido cabelo. Era uma forma de por para fora sua raiva, ainda que fosse ferindo a si própria. Era uma forma também, de livrar-se dos atributos femininos, que Diego tanto gostava.
Outra grande tristeza que Frida carregava era sua impossibilidade de ter filhos. As lesões, doenças que havia contraído, acidentes que sofrera, impossibilitavam-na de manter uma gestação até o fim. Com isso, a artista sofria a cada aborto que tinha que enfrentar. Sua irmã, como se não bastasse, teve com Diego nada menos que seis filhos e Frida nunca a perdoou. Essas experiências e sentimentos aparecem com frequencia em suas obras e são as grandes responsáveis pelas tentativas de suicídio de Frida.
As causas de sua morte - em 1954 - variam; alguns acreditam que ela pode ter sido envenenada por uma das invejosas amantes de Diego, já outros acreditam ela possa ter morrido de overdose - pois tomava muitos remédios. No entanto, seu atestado de óbito registra embolia pulmonar como a causa da morte. Existe também a hipótese de suicídio por causa de uma frase - a última - escrita em seu diário: "Espero alegremente a saída - e espero nunca mais voltar". Havia a depressão vencido?
"Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade"
"Pinto-me porque estou muitas vezes sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor"
Frida Kahlo
Obras
“Dois Nus na Floresta - 1939"
“O sonho - 1940"
“O que a água me disse - 1938"
“O Abraço de amor do Universo, a Terra (México), eu, Diego e Senhor Xolotl - 1949"
“Auto-retrato com macaco"
“Meu vestido está ali - 1933"
“Meu nascimento - 1932"
“Hospital Henry Ford - 1932"
“Frida e Stalin - 1954"
“Frida e Diego Rivera - 1931"
“Retrato de minha irmã Cristina - 1928"
“Raízes - 1934"
“Diego e Eu - 1949"
“Coluna partida - 1944"
“Auto-Retrato na Fronteira entre o Mexico e os Estados Unidos - 1932"
“Auto-retrato com colar de espinhos - 1940"
“Auto-retrato com cabelo solto - 1947"
“Auto-retrato com cabelo cortado - 1940"
“Auto retrato - 1948"
“As duas Fridas - 1939"
Vídeos
Frida Kahlo é uma pintora muito importante e por isso, a história de sua vida ganhou duas adaptações para o cinema. A primeira em 1983, no México. O filme, dirigido por Paul Leduc, possui 108 minutos e recebeu o nome de "Frida: naturaleza viva". Nesta versão, Frida é interpretada por Ofelia Medina. Já Diego, por Juan José Gurrola. Há também Max Kerlow (Leon Trotsky),Cecilia Toussaint (Cristina Kahlo), entre outros.
No entanto, é a produção de 2002 (EUA), dirigida pela cineasta Julie Taymor, que conquista o mundo. O filme, simplesmente chamado de "Frida" e com duração de 123 minutos, fatura dois Oscars® e conta com um elenco de peso, como por exemplo Salma Hayek (Frida Kahlo), Alfred Molina (Diego Rivera), Geoffrey Rush (Leon Trotsky), Ashley Judd (Tina Modotti), Antonio Banderas (David Alfaro Siqueiros), Edward Norton (Nelson Rockfeller), Valeria Golino (Lupe Marín), Mía Maestro (Cristina Kahlo), Roger Rees (Guillermo Kahlo), Patricia Reyes Spíndola (Matilde Kahlo), Saffron Burrows (Gracie), Margarita Sanz (Natalia Trotsky), Diego Luna (Alejandro Gonzalez Arias), Jorge Valdés Garcia (Médico).
A fotografia do filme lembra a todo momento as obras, as cores vivas da artista. Outro fator importante que se nota, é a forma incrível como a cineasta consegue fazer referência às obras de Frida em certas cenas. Destacam-se também as atuações perfeitas de Salma Hayek e Alfred Molina, que conseguiram dar mais vida ainda ao filme.
Abaixo, o trailer de "Frida" - 2002
Abaixo, a primeira parte de "Frida: Naturaleza Viva" - 1983
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